Depois que os Estados Unidos confirmou
os primeiros casos da Síndrome Respiratória do Oriente Médio,
surgiu a dúvida: ela vai chegar ao Brasil?
Entre os sintomas da Síndrome Respiratória do Oriente Médio estão: falta de ar,
febre e mal-estar. Foto: Getty Images
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Mers-CoV, é o nome do novo vírus que
está despertando a preocupação de pessoas do mundo inteiro. Ele é
o causador da Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio),
doença que mata de 30 a 40% dos pacientes hospitalizados.
No início
de maio, esse agente infeccioso, que surgiu em 2012 na Arábia
Saudita, chegou aos Estados Unidos por meio de pessoas que haviam
viajado ao epicentro do problema. Por isso muitos estão se
perguntando se ele também pode se espalhar para outras regiões. O
vírus já foi encontrado em outros países do Oriente Médio, como
Catar, Líbano e Emirados Árabes Unidos, além de ter chegado à
Europa (França, Itália e Reino Unido).
O tamanho do problema:
O governo da Arábia Saudita relatou um
aumento no registro de casos da doença nos últimos meses. Desde
2012, foram 139 mortes e 480 indivíduos infectados. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), de janeiro a março de 2014
foram confirmados 28 episódios de pacientes contaminados pelo
Mers-CoV em todo o mundo, desses, dez resultaram em mortes.
O vírus foi encontrado em camelos, mas
a forma de contágio entre seres humanos ainda não foi totalmente
estabelecida. “Mas sabe-se que ela pode ocorrer em um contato
próximo”, diz a médica Nancy Bellei, da Sociedade Paulista de
Infectologia.
Para complicar, nem todos os infectados
apresentam sintomas - e não dá para saber se, nesses casos, o vírus
continua sendo propagado. Quando a doença se manifesta, porém, os
sinais costumam ser falta de ar, febre e um mal-estar geral. Em
alguns casos, a dificuldade respiratória se intensifica e o
indivíduo tem de ser internado. É que o vírus causa uma severa
agressão às vias aéreas e aos pulmões.
Há risco de uma epidemia mundial?
Essa questão tem preocupado
autoridades em saúde pública de todo o globo, inclusive no Brasil.
Para Nancy, que também é professora de infectologia da Universidade
Federal de São Paulo, o risco de a doença se espalhar pelo planeta
é baixo. “Nos países da Europa e mesmo nos Estados Unidos, o
número de casos foi pequeno e o problema, controlado”, avalia ela.
A infectologia ressalta ainda que, para
prevenir uma epidemia, é fundamental que os indivíduos infectados
sejam isolados e não tenham contato com outros pacientes em
hospitais. “No Oriente Médio os casos têm aumentado provavelmente
devido a uma dificuldade nesse controle”, diz a especialista.
Segundo o Ministério da Saúde, em
2013, três casos suspeitos de infecção associada ao Mers-CoV foram
investigados em São Paulo. Felizmente, os testes deram negativos
para o coronavírus. Mesmo assim, caso você viaje para o Oriente
Médio, a recomendação dos especialistas é ficar atenta e se
cuidar.
Fonte: mdemulher.abril.com.br